Lições para uma vida mais leve:

"Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados;
Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra;
Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão fartos;
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia;
Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus;
Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus;
Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós." Mateus 5.3-11

Com isso ficam as lições de humildade, que pra mim é a mais difícil, pois a humildade não se reconhece por humilde, a humildade está em cada gesto de não-arrogância. Cada vez que nos disponibilizamos a crescer, a aprender, a ouvir estamos sendo humildes. Cada vez que, mesmo sabendo, nos abrimos para uma nova idéia, nos propomos a olhar por outro ângulo, quando admitimos nossa pequenez e que desconhecemos um universo de coisas, estamos sendo humildes. A humildade não é medida, mas é de uma grandeza sem tamanho. Minha humildade ainda deixa muito a desejar, pois sou tantas vezes egoísta, penso que sei mais que os outros, meu ego precisa mostrar conhecimento, preciso provar que sei muita coisa e me falta humildade pra reconhecer as tantas coisas que desconheço. Me falta humildade. Tenho sede de conhecimento, tenho sede de aprender mais, saber mais e acabo querendo mostrar para os outros o quanto sei e o quanto aprendi.
O que discutimos hoje sobre a bem-aventurança de chorar é que os que não choram não sabem como é ser consolado, não sabem como é sentir o conforto de um abraço quando a tristeza prevalece. Bom, nesse quesito estou bem cotada, sou boa candidata ao reino dos céus, mas aqui na Terra me traz certos conflitos, gostaria de sofrer menos intensamente as pequenas coisas, gostaria de não me abalar tanto por coisas tão passageiras. Chorar me faz bem, mas muitas vezes "uso" como forma teatral de manipular as pessoas (não intencionalmente, mas elas acabam fazendo do meu jeito) e depois que as coisas ficam exatamente como eu gostaria me sinto mal, pois fui egoísta e não respeitei o desejo do outro.
Sobre os mansos não se tratam dos cornos e sim daqueles que abrem mão da vingança, que optam pela paz de evitar conflito. Eu escolho me vingar sendo feliz, todo mal que me fazem opto por não guardar mágoa, nem rancor. Nenhum sentimento ruim mora em mim. Me vingo perdoando, que é a melhor vingança!
Bom, fome e sede de justiça a gente sempre tem, mas acho que pecamos muito no dia-a-dia, quando julgamos as pessoas, as atitudes, as situações... Eu tenho procurado julgar menos, evito me apegar a primeiras impressões, na verdade tenho evitado me apegar a qualquer impressão, se a pessoa foi ruim 10 vezes, eu esqueço e começo de novo uma décima primeira. Dói, não digo que é fácil, dói, machuca, magoa, o jeito é não guardar isso, perdoar e tentar de novo. Me sinto julgada, inúmeras vezes, e tem me incomodado quando alguém olha apenas um lado ou uma versão perto de mim. Tantas vezes acabo fazendo papel de "advogada do diabo" porque gostaria que os outros olhassem que nem tudo é tão bom ou tão ruim, tão certo ou tão errado. Todas as pessoas sentem as mesmas coisas, passam por experiências parecidas, dificuldades, risos, alegrias, amizades, decepções, romances, enfim... não faz sentido separarmos e nos diferenciarmos, ninguém é melhor que ninguém!
Misericórdia?! Perdoar, pra mim, é fácil, ninguém me fez nada que fosse imperdoável. Consigo superar bem qualquer dor que tenham me provocado, posso perdoar quem me machucou. Pedir perdão é complicado. Admitir meus erros, olhar minhas falhas é rotineiro, preciso enxergar essas coisas para ser alguém melhor, mas dizer para alguém que errei com essa pessoa e tentar me redimir é tarefa difícil, especialmente com os mais próximos e mais amados. Preciso tentar mais isso, pedir perdão desde os pequenos erros, não só nas grandes falhas. Pedir perdão nas pequenas ofensas e palavras duras do dia-a-dia.
Limpos de coração são esses que quando pecam se redimem, que tentar fazer o melhor para os outros, que se doam, que não guardam mágoas, que perdoam, enfim, esses que tem muito mais facilidade para enxergar Deus. Eu ainda tenho muitas explosões de raiva, muita agressividade na minha fala, muito medo de confiar e entregar minha vida a Jesus. Ainda que não guarde mágoas, tenho muitas marcas de dor que explodem nas minhas palavras. Ainda firo muito com as coisas que digo, ainda tento me livrar da minha dor fazendo o outro sofrer. Me falta uma grande caminhada no rumo da limpeza do meu coração!
Pacificadores? Bom, não sei, evito guerras e violência física, mas como disse antes, sou agressiva nas palavras e volta-e-meia procuro conflitos, confusões e tormentos para "movimentar" minha vida.
E ainda é difícil levar a Palavra e o nome do Senhor a público, pois tenho medo dos julgamentos alheios e perseguições...